Por sua trajetória de vida dedicada à doutrina espírita e, especialmente, por todo o trabalho que levou ao surgimento da União dos Centros de Estudos Espíritas da Suíça (UCESS), a psicóloga Teresinha Rey, de 89 anos, foi a nossa grande homenageada, na noite da última terça-feira, em Genebra, logo após a apresentação de estreia do espetáculo “Violetas na Janela” no país. Durante o evento, também foi exibido um vídeo de 10 minutos, em formato de mini-documentário, com depoimentos de personalidades ligadas à história da instituição e dos presidentes da Federação Espírita Brasileira (FEB), Jorge Godinho, e da Federação Espírita Portuguesa (FEP), Vítor Feria.

Pioneira do movimento na Suíça, D. Teresinha fundou, em 23 de outubro de 1973, o Centre d´Etudes Spirites de Genève (CESG) , abrindo caminho para a existência das diversas casas que hoje atuam em vários Cantões, além de ter estado também à frente do movimento que permitiu a unificação dessas entidades, há 20 anos.

No vídeo (que pode ser conferido aqui neste link) ela conta que a UCESS nasceu com o objetivo de fortalecer os laços entre as casas espíritas e para dar unidade aos trabalhos desenvolvidos pelas mesmas. “Não queríamos impor absolutamente nada (…) Fizemos o estatuto depois de muitos estudos e depois de várias e várias reuniões”, ressalta, em vários momentos da entrevista, concedida no fim de 2017, em sua casa, em Genebra.

Como primeira presidente da União dos Centros de Estudos Espíritas da Suíça (UCESS), Teresinha Rey foi figura ativa na elaboração do primeiro estatuto da entidade – que se baseou no modelo da Sociedade Espírita Francesa e no estudo dos estatutos de instituições semelhantes, a fim de chegar a um formato que “conciliasse (os pontos de vista) todos os centros”, conforme ela mesma relata.

A atual vice-presidente da entidade para a região de língua e cultura francesa da Suíça, a médica Nelly Berchtold, que também foi sua presidente, entre 2009 e 2013, foi outra personalidade ouvida no vídeo. Em seu depoimento, ela observa que, naquele período em que a UCESS foi criada, os integrantes do movimento “sentiam a necessidade de unir em um elo fraterno os grupos já existentes”.

Nelly enfatiza que, há duas décadas, “o preconceito em relação à palavra espiritismo era tremendo” e que ter uma entidade que pudesse responder por esse movimento era algo importante para dar qualquer tipo de suporte que as casas espíritas pudessem vir a precisar, diante dos desafios que lhes eram colocados. Entretanto, ela ressalta também o fato da UCESS, durante todo esse tempo, também sempre ter sido muito ativa na promoção do estudo e na difusão da doutrina.

A diplomata Susana Maia faz uma análise semelhante sobre todo o trabalho realizado até aqui. Sucessora de D. Teresinha, ela presidiu a UCESS no período 2001-2003 e, hoje morando no Brasil, avalia como fundamental o papel da entidade para o futuro do movimento na Suíça. “Eu continuo enxergando o papel da UCESS como um papel importantíssimo: aglutinador e difusor da doutrina espírita”, declara em seu depoimento para o mini-documentário.

Reunidas para assistir ao espetáculo em comemoração aos 20 anos da UCESS (da esq. para a direita): Nelly Berchtold, Teresinha Rey, Susana Maia e Rejane Hostettler

Outras personalidades ouvidas foram o tradutor Roberto Helbling, ex-presidente da entidade (2003-2005), a atual tesoureira Lilia Levy, que coordenou diversos projetos teatrais, com grupos de jovens, em várias ocasiões, além da atual presidente, Rejane Hostettler, que está em seu segundo mandato.

Neste mês de março, a UCESS comemora seus 20 anos de existência com diversas ações, tendo como ponto alto a apresentação do espectáculo “Violetas na Janela”, pela primeira vez no país. Sucesso contínuo de público e crítica no Brasil há mais de 20 anos, a peça é baseada na obra psicografada por Vera Lucia Marinzeck, que conta a história da jovem Patrícia, após o seu desencarne precoce, aos 19 anos. A apresentação de estreia aconteceu nesta terça-feira, em Genebra, com casa lotada. Uma segunda sessão será realizada neste sábado, dia 10, em Basel, às 18h30 (clique aqui para compra de ingressos). Na ocasião, o vídeo com a história da entidade, também voltará a ser exibido para o público, dessa vez com legendas em alemão (assim como o espetáculo).

INFORMAÇÕES: (41) 78 748 54 34.

TEXTO LIDO NO EVENTO, EM HOMENAGEM A D. TERESINHA

“Toda história tem um princípio. Vinte anos antes da #UCESS ser criada, havia um único centro espírita na Suíça, o Centre Études Spirites Genève, em Genebra.

Depois de uma marcha (aparentemente) solitária, mas sob a orientação direta do médium Francisco Cândido Xavier, em 1991, a pioneira Teresinha Rey, incentivou mais duas pessoas: a diplomata Suzana Maia e a recém-chegada Nelly Berchtold, a fundarem grupos espíritas em suas cidades respectivas, em Zurique e em Berna.

Esse foi, durante alguns anos, o tripé de sustentação do movimento espírita na Suíça. Em 1998, comemorando a consolidação dos primeiros centros, foi fundada a Union des Centres d’Etudes Spirites em Suisse (UCESS).

Teresinha Rey continuou apoiando os grupos já existentes e incentivou a criação de novos. Assim, foram surgindo, cada vez mais, centros espíritas, nos diferentes Cantões.

Por isso, expressamos o nosso agradecimento à pioneira Teresinha Rey, que nos acolheu, incentivou e sustentou nosso labor por longos anos, até que estivéssemos fortalecidos para caminhar com autonomia!”

União dos Centros de Estudos Espíritas da Suíça (UCESS)