O Natal é data mais significativa para os cristãos, pois marca a vinda de Jesus Cristo, que veio trazer a mensagem do Amor Maior, traduzindo-o em seus atos e palavras, tornando-se o Mestre e Guia de toda a Humanidade.

Para celebrarmos esta data especial pedimos para alguns amigos que nos escrevessem uma mensagem natalina para compartilharmos com vocês.

Natal!
Época em que a lembrança de Jesus aparece mais expressiva e pujante, no entanto, evidenciamos mais os presentes, o Papai Noel, o trenó e as festividades.
Se desejarmos presentear o aniversariante, façamos uma análise íntima se estamos conhecendo, meditando, sentindo e vivendo as suas recomendações.
Convidou-nos a amar a Deus, desejando ao próximo o que queremos para nós mesmos; a amar o inimigo, a criar o Reino de Deus na nossa intimidade, falou e demonstrou a imortalidade dentre tantos outros princípios universais, mas sobretudo, foi o exemplo inigualável do Amor.
Como estamos em relação ao sentir e viver seus ensinos?
Que possamos lembrar dele não apenas no Natal, mas em todos os instantes de nossas vidas.
Atendamos às convenções humanas, sem esquecer da sua Boa Nova o caminho para a regeneração e para a felicidade tão almejadas.
Feliz Natal! Repleto de bênçãos e profundas reflexões.
Votos de muita paz!

Jorge Godinho Neri
Presidente da FEB-Federação Espírita Brasileira


Você já aprendeu a ler o natal?
Eu sei que têm muitos símbolos de natal, um bem conhecido das pessoas e que é bem falado pra gente é o Papai Noel, tão bonito, né? Ganhar presente, imaginar que alguém vai chegar e vai dar um presente que vai trazer a nossa alegria, mas na verdade existe uma coisa muito mais significativa.
A história do natal que o cristianismo nos ensina para além das diferenças religiosas, o natal tem como objetivo nos fazer aprender o real significado da humanidade. Por isso que o verdadeiro personagem do natal é o Menino Jesus. E qual é o verdadeiro aprendizado para a humanidade? É que para a gente conseguir estar juntos, a gente precisa aprender a perdoar.
Sabe, ao longo da vida, ao longo de um ano, nós acumulamos mágoas, ressentimentos, nós machucamos, somos machucados, e somente entendendo que mais do que 70 x 7, estar sempre perdoando dá sentido à vida e cola as pessoas, as relações para que finalmente a gente entenda o que é o amor. Que o amor também é fruto de uma coisa que nos faz partilhar a vida um com o outro, porque como diz o poeta Vinícius de Moraes: “é impossível ser feliz sozinho”, e quando a gente partilha, a gente conquista essa capacidade de desenvolver nos outros essa visão que perdoando, compartilhando, a gente vai percebendo que não só as pessoas nos machucam, elas nos constroem, elas agregam, elas nos fazem melhores, elas nos fazem gente. Por isso, diante disso, o natal também nos ensina a ter gratidão pela vida, a ter gratidão pelos outros, a ter gratidão pela família. Esses sentimentos de perdão, de partilha e de gratidão é como se fosse uma tríade, que finalmente nos leva a entender o verdadeiro sentido que é o amor. O amor é essa capacidade de ver para além dos defeitos, amando as pessoas não se fossem perfeitas, mas como elas são, nos amando não se nós fossemos excepcionais, mas como nós somos. Nos amando assim, como Deus nos vê, com todas as nossas falhas, mas com todo o nosso potencial, um amor que vê a luz que há em nós. Somos, como diz Jesus, a luz do mundo, o sal da terra. Por isso, o espírito de natal é isso, é mais do que dar presente, é se ser para cada um de nós, um presente para nós mesmos e
um presente para o outro. É a capacidade de fazer com que o outro brilhe só com a nossa presença, que demonstra sempre compartilhamento, que demostra sempre perdão, gratidão e finalmente, amor. Por isso que eu queria terminar com essa música tão linda que a gente aprendeu a cantar, que diz assim: “não é sobre ter todas as pessoas do mundo pra si, é sobre saber que em algum lugar alguém zela por ti.” Pode ser que essa pessoa nem esteja aqui mais, mas em algum lugar, ela zela por ti. “É sobre cantar e poder escutar mais do que a própria voz, é sobre dançar, na chuva de vida que cai sobre nós.” É saber sentir-se infinito, amando, compartilhando, perdoando e agradecendo tudo o que a vida, e sobretudo com Jesus, que nos ensinou o sentido de tudo isso.
Feliz Natal para você!
Rossandro Klinjey
Orador e escritor espírita.


Senhor Jesus!
És o riacho sereno e cristalino,
a correr na floresta emaranhada de nossas vidas
onde banhamos nossa ardente chaga de dor,
onde saciamos a nossa sede do saber,
onde lavamos a nossa alma obesa de iniquidades,
onde, no espelho da água, remansa e pura,
sentimos o reflexo incondicional do teu amor!
Que renasca o teu amor, neste Natal, na mangedour de cada coração.
Feliz Natal!
Elsa Rossi
Presidente do BUSS-British Union of Spiritist Societies


Jesus, Guia e modelo da Humanidade Terrestre¹

Os Espíritos orientadores da Codificação Espírita declaram que Jesus é “o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo. […].” ¹A missão de Jesus é encaminhar a humanidade terrestre ao Bem, facultando-lhe os meios e os recursos necessários à ascensão moral e intelectual. Surge, pois, a necessidade inadiável de conhecer e vivenciar os seus ensinos.

Os ensinamentos de Jesus, consubstanciados no seu Evangelho, expressam a Lei de Amor, código moral por excelência. Importa, pois, estarmos atentos que as “[…] palavras de Jesus não passarão porque em todos os tempos serão verdadeiras. O seu código moral será eterno porque consagra as condições do bem que conduz o homem ao seu destino eterno […].”² Com o Mestre Nazareno conseguiremos, finalmente, nos libertar do primarismo evolutivo que nos tem mantido na retaguarda da vida. Somente com esse aprendizado moral poderemos aprimorar a inteligência e aplicar o conhecimento intelectual em favor do bem comum.

O momento atual é de decisão e definição de valores morais, pois nos encontramos em uma grande encruzilhada evolutiva: perdemos  inúmeras oportunidades de vivenciar a mensagem do amor imortal  do Evangelho nas sucessivas reencarnações, sempre que   optamos por interpretações literais das lições do Cristo, por práticas igrejistas, assinaladas por rituais, manifestações de cultos externos, de teologias e dogmas. Contudo, a despeito do sincero empenho em aceitar Jesus como o orientador maior, é oportuno estarmos atentos a esta ponderação do Espírito Irmão X (Humberto de Campos): “Antes de tudo, queremos afirmar que o Cristo de Deus, sob qualquer ângulo em que seja visto, é e será sempre o excelso modelo da Humanidade, mas, a pouco e pouco, o homem compreenderá que, se precisamos de Jesus sentido e crido, não podemos dispensar Jesus compreendido e aplicado.[…].”³

Nesse sentido, a Doutrina Espírita é instrumento valioso que nos faz compreender e vivenciar o Evangelho, como orienta Allan Kardec: “[…] O Espiritismo vem no tempo previsto cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu advento o Espírito de Verdade. Ele chama os homens à observância da Lei; ensina todas as coisas fazendo compreender o que o Cristo disse por parábolas. […] Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba de onde vem, para onde vai e por que está na Terra: um chamamento aos verdadeiros princípios da lei de Deus e consolação pela fé e pela esperança.”4

Que essas reflexões iluminem nossa mente e coração no Natal de 2019!
Marta Antunes
Vice-presidente da FEB-Federação Espírita Brasileira

[1]KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. Questão 625. FEB.
[2]Idem. A Gênese. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Cap. XVII, item 26. FEB.
[3]XAVIER, Francisco Cândido. Estante da vida. Pelo Espírito Irmão X. Cap. 22. FEB.
[4]KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Trad. de Evandro Noleto Bezerra. Cap. VI, item 4. FEB.